As inovações e novas tecnologias utilizadas para tornar a produção agrícola mais sustentável foram discutidas no Simpósio Sul Brasileiro ABC+ Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O evento foi realizado nesta sexta-feira (3), na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis. O Simpósio foi organizado pelos Grupos Gestores Estaduais de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, em conjunto com a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária e Epagri, com apoios institucionais.
O evento contou com a participação do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária Valdir Colatto; secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes e o representante da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, presidente da Adapar, Otamir Martins. O debate foi ampliado com a participação do secretário da Articulação Internacional do Governo do Santa Catarina, Juliano Froehner, oito consulados estiveram representados. Também prestigiaram o evento as lideranças da agricultura, profissionais, produtores e estudantes.
Durante a programação foram debatidas as ações da região Sul do Brasil para mitigação, adaptação e enfrentamento às mudanças climáticas por meio dos Planos Estaduais ABC+. Especialistas da área mostraram exemplos práticos com a presença de produtores rurais sobre os resultados e metas 2030 para a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no sul do Brasil; Sistemas Integrados: Integração Lavoura Pecuária Florestal (ILPF), Sistemas de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) e Sistema Plantio Direto Grãos (SPDG). Também foi discutida a recuperação de pastagens, o Biogás e Biometano e relatos de cases de sucesso das tecnologias ABC+ no Brasil.
Segundo o coordenador de Gestão Estadual do Plano ABC+ SC, Humberto Bicca Neto, o Simpósio ampliou os debates para as questões voltadas à Agricultura de Baixo Carbono. “Apresentamos práticas sustentáveis, tecnologias que já vem sendo utilizadas nos estados e que impulsionam o sequestro de carbono, até 2030 o sul do país pretende reduzir cerca de 270 milhões de toneladas de carbono equivalente da atmosfera. Tivemos uma expressiva participação de lideranças do setor da região sul”, explica.
Em Santa Catarina o Plano Estadual ABC+ foi instituído pela SAR em parceria com organizações do setor e outros órgãos do Governo, em janeiro de 2023. “Buscamos tornar a agricultura catarinense mais sustentável, competitiva e adaptada às mudanças climáticas, consolidando o estado como referência em agropecuária de baixo carbono. Um exemplo deste trabalho são os investimentos em manejo e recuperação de pastagens, implantação de pastagens perenes, a conservação do solo e da água, o manejo dos resíduos da produção animal, as florestas plantadas e os sistemas integrados”, afirma o secretário Colatto.
O secretário de Estado da Agricultura do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, destaca que as secretarias trabalham com responsabilidade, enfrentando os desafios das intempéries climáticas. “O Simpósio é uma forma de nos inspirarmos, para podermos lidar com as mudanças climáticas, que por vezes podem ser drásticas e catastróficas. Temos compromisso com a manutenção da agricultura, fortalecendo a cadeia que é responsável pelo alimento de grande parte do Brasil e com o meio ambiente que nos cerca”, frisa.
O representante da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Martins, destacou a importância das práticas de recuperação e renovação de pastagens degradadas, que permite melhorar a qualidade do solo. “As ações do estado estão integradas ao objetivo de ter uma agricultura mais sustentável e atenta às mudanças climáticas. O Paraná está atento a essas questões e já se destaca no sentido de aplicação de tecnologias eficientes, que são ferramentas importantes para que se cumpra a meta do GGE para 2030”, ressalta.
Na prática
Uma das práticas de produção de alimentos difundidas pela Epagri que foi incluída no Plano ABC+ é Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), a experiência foi apresentada no simpósio. O sistema envolve o cultivo de hortaliças, sem o revolvimento do solo, associado ao cultivo de diferentes espécies de plantas de cobertura.
Em Santa Catarina são estimados em torno de 1,5 mil produtores com mais de 5 mil hectares em diferentes culturas agrícolas e regiões, com destaque para a Grande Florianópolis. Segundo o coordenador do programa Olericultura na Epagri, Darlan Marchesi, o SPDH contribui efetivamente para a acumulação de Carbono Total no Solo, que é fundamental para a mitigação na emissão dos gases de efeito estufa (GEE).
Ele dá o exemplo de Anitápolis, onde o uso de plantas de cobertura atinge praticamente 100% das lavouras de chuchu. “Nessas lavouras, a acumulação de carbono nos cultivos, vista pelo teor de matéria orgânica formada pelas plantas de cobertura, passou de menos de 1% antes do SPDH, para mais de 5% com a implantação do Sistema”, afirma.
O agricultor Edésio Schmidt falou do cuidado com suas plantações de chuchu e mandioca, na propriedade que possui em Antônio Carlos. “O plantio de cobertura é uma das formas de preservação do meio ambiente e sustentabilidade que utilizamos na nossa fazenda. As expectativas foram superadas, trazendo um alimento saudável e de grande valor comercial”, destaca.
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