Milho, soja e feijão são as culturas mais prejudicadas pela falta de chuva
(foto: Antonio Carlos Mafalda)
A estiagem que atinge Santa Catarina desde o ano passado já causou prejuízo superior a R$ 3,7 bilhões à agricultura do Estado. O valor representa o somatório das perdas verificadas até o momento nas lavouras catarinense de milho (grão e silagem), soja e feijão primeira safra. Os dados são da Epagri/Cepa, que faz a avaliação econômica das principais cadeias produtivas do agronegócio catarinense, a fim de oferecer informações para elaboração de políticas públicas e para balizar a tomada de decisão.
Em termos econômicos, a cultura agrícola mais atingida até o momento é a soja primeira safra, que já soma prejuízos de R$ 1.575.898.632,6. Segundo Haroldo Tavares Elias, analista da Epagri/Cepa, 21,6% da safra está comprometida, o que significa 551.651,1 toneladas a menos na colheita. A estimativa Inicial da Epagri/Cepa era de que o Estado colhesse 2.555.565,7 toneladas de soja na primeira safra, mas, com as perdas previstas, o total colhido deve ficar em 2.003.914,6 toneladas.
No caso do milho grão, o prejuízo para economia catarinense é de R$ 1.473.045.105,1 até o momento, causado por uma perda de 936.285,8 toneladas do grão, o que representa uma quebra de 34,5% na safra. Os dados referem-se à primeira safra de milho grão do Estado, explica Haroldo. Segundo o analista, o total produzido deve ficar em 1.773.862,8 toneladas, ante uma estimativa inicial de 2.710.148,6 toneladas.
O analista da Epagri/Cepa explica que a perda de milho grão é muito impactante para o estado, que é grande produtor de carne suína e de aves, animais que se alimentam basicamente do cereal. Segundo ele, o consumo anual de milho grão em Santa Catarina é de 7,3 milhões de toneladas, o que vai forçar a compra de outro estados e países.
Milho silagem e feijão
A milho silagem é o que teve maior perda em volume. A estiagem vai fazer que o estado colha 2.943.038,9 de toneladas a menos. O prejuízo é de R$ 627.573.624,6. Em termos percentuais, a perda chega a 31,8%.
A primeira safra de feijão é outra que sofre com a pouca chuva em Santa Catarina. Até o momento, a estimativa de produção é de 53.066,4 toneladas, ou seja, 15.358,1 toneladas a menos do que o estimado incialmente, uma quebra de 22,4%. O prejuízo previsto é de R$ 63.049.926,9.
Haroldo lembra que as estimativas atuais são referente a levantamentos feitos até janeiro. “Esses números podem aumentar, já que a seca continua”, alerta o analista.
Segundo o setor de meteorologia da Epagri/Ciram, o Estado deve finalizar o mês de fevereiro com chuva insuficiente para mudar o quadro da estiagem, que atinge principalmente as regiões Oeste, Meio-oeste e Extremo-oeste. A equipe prevê que pelo menos até abril o clima de mantenha seco em Santa Catarina, com chuva abaixo da média e mal distribuída em todas as regiões.
Para mitigar os feitos da estiagem, o governo estadual lançou no ano passado o Programa Mais Solo e Água, que financia investimentos nas propriedades de agricultura familiar para construção de cisternas e outros equipamentos de armazenamento e distribuição de água. Quem já acessou o programa está conseguindo superar o momento difícil. Veja alguns exemplos de sucesso aqui, aqui, aqui e aqui.
Informações e entrevistas
Haroldo Tavares Elias, analista de socieconomia da Epagri/Cepa
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Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista
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