Educação sanitária, um legado que fez história e transformou o agronegócio de Santa Catarina

Desde sua criação, em 1979, Cidasc prepara equipes para atuarem como agentes da saúde humana, animal e vegetal

O dia 11 de junho homenageia o educador sanitário, que educa a população sobre cuidados com a saúde, enfatizando a prevenção de doenças. Este é um papel desempenhado por profissionais de diversas formações, desde médicos e enfermeiros até médicos veterinários, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos, como os colaboradores da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), empresa ligada à Secretaria de Estado da Agricultura.

“A educação sanitária é fundamental para o sucesso das atividades de defesa agropecuária, por mobilizar o produtor e a sociedade no sentido da prevenção de doenças e pragas que possam afetar a produção agropecuária e a saúde humana”, explica a presidente da Cidasc, Celles de Matos. O trabalho da companhia é orientado pelo conceito de saúde única: a ideia de que a saúde animal, a sanidade vegetal e o cuidado com o ambiente estão interligados à saúde das pessoas.

Esta visão é colocada em prática e difundida pelos educadores sanitários. A presidente da Cidasc recorda que a conscientização das comunidades é fundamental para a manutenção do status sanitário que Santa Catarina conquistou, livre de doenças como a febre aftosa e a peste suína clássica, e de pragas como a Cydia pomonella. No momento, muitas ações estão em curso para que o produtor rural e a população em geral compreendam e implementem as medidas preventivas contra a influenza aviária.

“É por esta razão que temos reforçado a orientação aos profissionais da Cidasc para que desenvolvam ações de educação sanitária em palestras, nas redes sociais, em comunicados nas rádios e nas visitas às propriedades. A prevenção é a melhor forma de não termos doenças e é menos onerosa do que as medidas de controle sanitário quando o problema já está presente”, afirma a presidente da Cidasc.

“Educação sanitária é uma prática diária de todos os funcionários da Cidasc, sejam da área técnica ou administrativa”, afirma Patrícia Barroso Moreira, atualmente gestora da Supervisão de Planejamento e Desenvolvimento de Pessoas da Cidasc. Ela foi uma das idealizadoras dos projetos educativos Sanitarista Júnior e Sanitarista Acadêmico, que a Companhia desenvolve sistematicamente para mostrar à sociedade como as ações de defesa agropecuária beneficiam também a saúde das pessoas, seja na área urbana ou rural.

Destes projetos, o Sanitarista Júnior é o que está em curso há mais tempo, em parceria com escolas de ensino fundamental. Desde 2014, já beneficiou mais de 15 mil estudantes catarinenses, que aprendem sobre sanidade animal, sanidade vegetal, a relação da agropecuária com o meio ambiente e a inspeção sanitária de produtos de origem animal.

Já o Sanitarista Acadêmico visa a aproximação entre a defesa agropecuária e as instituições de ensino técnico e superior, colaborando com a formação dos futuros profissionais do agro.

Uma história de engajamento com a educação sanitária

Um dos pioneiros da educação sanitária na Cidasc foi o médico veterinário Clóvis Improta. Ele ingressou na Secretaria de Agricultura em 1975, e atuou em Santo Amaro da Imperatriz e depois em Xanxerê, onde fez suas primeiras incursões na educação sanitária.

“Em 1978, tivemos um foco de peste suína africana e tivemos que eliminar animais e foi uma situação que nos levou a inventar novas coisas, como um programa de rádio que entrava no ar na rádio local, com patrocínio de empresas da região”, relembra Improta.

Outra ideia colocada em prática foram palestras em escolas, aproveitando o bom canal de comunicação com a Secretaria de Educação. A aproximação com sindicatos de trabalhadores rurais também contribuiu para compartilhar informações essenciais e conseguir maior adesão às campanhas de vacinação dos animais.

Enquanto atuou na Cidasc, Improta conseguiu desenvolver um projeto de educação sanitária mais elaborado, com treinamentos, manuais para capacitação na área animal e vegetal e ações coordenadas. O médico veterinário defende esta linha de trabalho como a mais eficiente.

“Há duas formas de atuar na defesa agropecuária: uma é de forma coercitiva, com a força da lei, com multa. Isto gera medo e insatisfação. A outra maneira é trabalhar de forma educativa e fazer com que as pessoas se sintam parte do trabalho: ela sente necessidade de fazer e não por que alguém a está obrigando a fazer algo”, afirma Clóvis Improta.

Após a aposentadoria de Improta, uma segunda geração de educadores sanitários seguiu seu trabalho na Cidasc. Patrícia Barroso Moreira já tinha familiaridade com a educação sanitária antes de ingressar na empresa, em 2009, e percebeu que havia necessidade do público atendido pela defesa agropecuária entender melhor as regras e sua importância para manter o Estado livre de doenças e pragas.

No ano seguinte, o tema foi mapeado como atividade de suporte para a defesa agropecuária no planejamento estratégico da empresa. Patrícia Barroso Moreira destaca que a educação sanitária permite envolver a comunidade e assim obter melhores resultados: “O objetivo é que a pessoa se sinta participante do sistema de defesa e através dessa informação ela tenha uma mudança de conduta, de postura”.

Patrícia participou da organização do Sanitarista Junior e foi autora do material didático usado em sala de aula pelos estudantes. Mesmo não trabalhando mais na Cidasc, Clóvis Improta contribuiu e foi um dos revisores dos livros que a companhia fornece às escolas parceiras, preparando novas gerações mais conscientes e atentas a práticas que promovem a saúde individual e coletiva e o desenvolvimento da atividade agropecuária.

Texto: Alessandra Carvalho

Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
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